segunda-feira, 1 de abril de 2013

GLOBO X SBT

A construção da Imagem Cinematográfica


A técnica de veiculação da imagem, desenvolvida principalmente pela linguagem cinematográfica e muito usada na propaganda ideológica e comercial, também é fonte de manipulação ideológica. Durante e após a Segunda Guerra Mundial, o próprio cinema foi muito utilizado pelos americanos com objetivos publicitários. Cidadão Kane, considerado um dos melhores filmes de todos os tempos, é um bom exemplo do uso da linguagem cinematográfica.

Fonte: BOCK, Ana M. Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEITA, Maria de Lourdes Teixeira. Psicologias - Uma Introdução ao Estudo da Psicologia 13ª Ed. São Paulo: Ed. Saraiva 1999.

Persuasão e Subjetividade


O principal mecanismo psicológico utilizado pelos publicitários e por profissionais da mídia é a persuasão. Trata-se de um mecanismo de convencimento que pode ou não ultrapassar as bases racionais da difusão de uma mensagem.

Utiliza-se uma informação objetiva, garantindo a veracidade do que é informado. Quando um locutor de TV diz que, de acordo com informações do satélite meteorológico, há previsão de que chuvas fortes no decorrer do dia, consideramos a informação verdadeira e nos preparamos para o evento.

É possível e frequente a utilização de recursos de base irracional (de fundo emotivo), que são associados ao conteúdo cognitivo da mensagem. Tal forma de convencimento tenta persuadir o receptor da mensagem mais pelo campo da subjetividade do que pelo da objetividade da informação. A publicidade tornou-se a área da comunicação que mais explora esse recurso. A técnica mais comum é de associar um determinado valor social ao produto anunciado.

A publicidade utiliza-se de um recurso que não percebemos claramente, mas ele é insistentemente utilizado: Uma marca de bebida associa-se ao padrão de masculinidade; Um perfume promete conquistas amorosas; Um achocolatado oferece um mundo de diversões.

Ao expor o apelo sexual ou conteúdos que são restringidos aos vários segmentos sociais, a propaganda oferece um objeto de desejo imaginário (uma relação inconsciente), que se concretiza no produto anunciado. O produto não é motivo de restrição e, ao mesmo tempo, faz alusão ao desejo proibido ou de difícil realização (o conteúdo que foi recalcado no inconsciente no processo de desenvolvimento de uma cultura).


Fonte: BOCK, Ana M. Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEITA, Maria de Lourdes Teixeira. Psicologias - Uma Introdução ao Estudo da Psicologia 13ª Ed. São Paulo: Ed. Saraiva 1999.

O quarto Poder


Em Madeline, Califórnia, um repórter de televisão (Dustin Hoffman) que está em baixa, mas já foi um profissional respeitado de uma grande rede, está fazendo uma cobertura sem importância em um museu de história natural quando testemunha um segurança demitido (John Travolta) pedir seu emprego de volta e, não sendo atendido, ameaçar a diretora da instituição com uma espingarda. Ele nada faz com ela, mas acidentalmente fere com um disparo acidental um antigo colega de trabalho. O repórter, de dentro do museu, consegue se comunicar com uma estagiária que está em uma caminhonete nas proximidades, antes de ser descoberto pelo ex-segurança, que agora fez vários reféns, inclusive um grupo de crianças que visitavam o museu. Em pouco tempo um pedido de emprego e um tiro acidental se propagam de forma geométrica, atraindo a atenção de todo o país. O repórter convence ao segurança que este lhe dê uma matéria exclusiva e promete em troca comover a opinião pública com a triste história do guarda desempregado. É a sua chance de se projetar e voltar para Nova York, mas nem tudo acontece como o planejado. Os fatos são manipulados pela imprensa e tudo sai do controle, pois apenas altos salários e índices de audiência contam e a verdade não é tão importante assim.




Historia das Comunicações




Reportagem sobre a manipulação da mídia sobre a Síria


Quando se lê acerca de crimes de estado ao longo de muitos anos, é tentador tentar compreender a mentalidade dos líderes políticos. O que se passa realmente nas suas cabeças quando ordenam sanções que matam centenas de milhares de crianças? O que estará nos seus corações quando travam guerras desnecessárias que estilhaçam milhões de vidas? Serão eles desesperadoramente cruéis, descuidadamente estúpidos? Imaginam eles que estão a viver numa espécie de inferno onde atos monstruosos têm de ser cometidos para evitar resultados ainda piores? Serão eles indiferentes, centrados nos seus ganhos políticos e econômicos a curto prazo? Serão eles moralmente resignados, sentindo-se como essencialmente impotentes face a forças políticas e econômicas invencíveis ("Se eu não fizer isto, algum outro o faria".)?

Perguntas semelhantes vêm à mente quando os governos dos EUA e Reino Unidos, mais uma vez, levantam o espectro de "armas de destruição em massa" (ADM) para demonizar um alvo para a "mudança de regime", desta vez na Síria. O que realmente se passa nas mentes de pessoas que sabem exatamente que a mesma trama foi denunciada como uma fraude cínica há apenas uns poucos anos atrás? Será que vêm o público com desprezo? Estarão a rir-se de nós? Estarão a jogar a única carta que consideram disponível para eles; uma carta que sabem que funcionará de modo imperfeito, mas que tem de ser jogada?


Nos EUA, a NBC comentou:

"Responsáveis dos EUA contam-nos que os militares sírios estão prontos esta noite a utilizar armas químicas contra o seu próprio povo. E tudo o que precisariam é a ordem final do presidente sírio, Assad".
O observador dos media estado-unidenses Fairness and Accuracy in Reporting (FAIR) perguntou : "Então de onde vem esta nova informação?" A resposta familiar e agourenta: "De responsáveis anónimos do governo a falarem para jornais como o New York Times ". Isto, por exemplo:
"Responsáveis da inteligência ocidental dizem que estão a colher novos sinais de actividade em sítios na Síria que são utilizados para armazenar armas químicas. Os responsáveis estão incertos sobre se as forças sírias podem estar a preparar-se para utilizar as armas num esforço final para salvar o governo ou simplesmente a enviar uma advertência ao Ocidente acerca das implicações de proporcionar mais ajuda aos rebeldes sírios.




As 10 estratégias de Manipulação das Massas

Um vídeo produzido por um individuo do grupo Anonymous, esse que se afirma como um grupo subversivo e de contornos anárquicos em sua estrutura. Nesse vídeo cita as 10 estratégias de manipulação de massa mais decorrentes. Não possui uma fundamentação teórica clara, mas contribui para o debate de ideias.


Uma defesa da publicidade e da mídia em massa


Por que a mídia de massa é nossa salvação?



Sem desmerecer as necessárias mudanças que as novas mídias operam,
a massa tem valor por motivos de economia de escala.

A retórica inflamada é uma arma irresistível, principalmente quando falamos das mudanças que a internet opera no comportamento das pessoas e nas relações sociais e econômicas. Namorar com o radicalismo decretando a morte da mídia de massa e a falência da publicidade é o parque de diversão de muitos críticos. Nem sempre conseguimos calibrar nossos fluxos opinativos para encontrar alternativas menos dolorosas e preferimos o terrorismo verbal. Esse foi um mea-culpa.
Um fenômeno curioso começa a operar nos bastidores das grandes discussões a respeito do futuro da propaganda, que poderíamos chamar de complexo do nano sucesso?.
Funciona mais ou menos assim: como está cada vez mais difícil, (por variadas razões), criar nababescas campanhas para grandes marcas com imensas repercussões em audiências colossais, um reflexo psicológico nos leva a supervalorizar idéias com abrangências microscópicas.
Um flashmobzinho, um viralzinho e outros inhos (não só na internet  o álibi barato) mobilizam recursos e expectativas muitas vezes desproporcionais ao efeito alcançado. Os festivais de publicidade, espertamente, já premiam, há muito tempo, essas pequenezas brilhantes.
Alcançar audiências de um dígito na televisão é fácil, gigantesco feito é conseguir dois dígitos, múltiplos da dezena, sem recorrer às baixezas que excitam os instintos.
Sem desmerecer as necessárias mudanças que as novas mídias operam, a massa tem valor por motivos de economia de escala. É do DNA do nosso sistema produzir para muita gente. O volume de vendas financia por exemplo a inovação e o preço baixo que desejamos. E para que haja muita gente consumindo, precisamos comunicar para elas. E não será produzindo pequenos soluços criativos que as agências de propaganda irão sobreviver. Até porque o custo fixo de uma agência de propaganda é basicamente composto de recursos humanos e inhos custam o mesmo que ãos?.
Podemos inverter a equação também: nano iniciativas de comunicação alcançam nano públicos que geram nano receitas para as empresas.
Talvez tenha chegada a hora de encontrar soluções inteligentes e criativas para as mídias de massa e para a propaganda de massa ao invés de desistir tão rapidamente.
Esse desafio é nossa salvação (e em parte a do sistema que até hoje nos abençoou) e não o nano sucesso de nossa vaidade.